OBRIGADO PELA VISITA, ESPERO TER SIDO ÚTIL

terça-feira, 22 de março de 2011

A Terapia Pulpar na Dentição Decídua

retirado de- http://www.odontologiainfantil.8m.com/publicacoesc19.htm



INTRODUÇÃO
A causa mais comum de exposição pulpar é a cárie, mas pode acontecer durante a preparação da cavidade ou como resultado de erosão ou fratura da coroa. Exposições pulpares secundárias à cárie são comuns em dentes decíduos devido ao tamanho relativamente grande da câmara pulpar. Em conseqüência de exposições pulpares, poderá acontecer infecção, resultando em inflamação pulpar e, comumente, necrose. Tal situação nem sempre conduz à dor, porque a inflamação pode permanecer subaguda ou crônica, mas o processo poderá agudizar a qualquer hora.
Dentes decíduos com exposições pulpares sempre devem ser tratados e isto leva a uma forma de tratamento pulpar ou extração. Se as extrações forem realizadas, algumas considerações devem ser observadas para a manutenção e o equilíbrio do espaço, compensando as extrações.

INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES PARA A MANUTENÇÃO DA DENTIÇÃO DECÍDUA
Indicações
• Nas situações em que um dente decíduo deve ser conservado ao invés de ser extraído, o tratamento pulpar estará indicado:
• Onde o paciente exibe sinais e sintomas de pulpite, quer reversível ou irreversível;
• Onde a aresta marginal interproximal tinha sido perdida secundariamente por cárie;
• Onde há evidência radiográfica de cárie se estendendo mais que metade da distância da junção amelodentinária para a polpa;
• Onde há sinais clínicos de necrose da polpa.

EXTRAÇÕES DE DENTES DECÍDUOS DEVEM SER EVITADAS NAS SEGUINTES CIRCUNSTÂNCIAS:
• Médica, por exemplo, hemofilia ou outro problema de hemorragia, diabete, onde um anestésico geral deva ser evitado;
• Paciente cooperativo, experiência prévia negativa de extração dentária, o paciente aqui pode achar o tratamento pulpar preferível e menos estressante;
• Dentição decídua na qual todos os molares estão presentes ou onde a manutenção do espaço tenha impedido a perda da dimensão do arco;
• Dentição na qual há ligeira perda de espaço, levando à perda dentária a um maior aglomeramento dos sucessores permanentes;
• Retenção dos dentes decíduos quando não há sucessor permanente;
• Manutenção da função mastigatória;
• Estética.
Contra-indicações:
Pacientes para os quais não são aconselhados ou são contra-indicados os tratamentos pulpares:
• Um paciente que previamente não tenha obedecido a tratamento dental;
• Um paciente cujo histórico familiar desaconselha o tratamento pulpar, por exemplo um comportamento desfavorável ao tratamento dentário;
• Problemas médicos - pacientes cuja saúde geral está sob risco de bacteremias transitórias, por exemplo, as crianças com doenças cardíacas congênitas e aquelas que são imunocomprometidas devido a doença primaria (por exemplo, hipogamaglobulinemia) ou tratamento médico (pacientes da oncologia e recipientes de transplante);
• Uma dentição mal cuidada na qual, extrações múltiplas são necessárias – normalmente consideradas para mais de 2 ou 3 dentes na necessidade de tratamento pulpar;
• Dentição mista na qual existe uma suave ou moderada perda de espaço, particularmente nos incisivos. Nessa situação, a perda equilibrada dos primeiros molares decíduos poderá estar justificada. Este fato, provavelmente, resultará nas extrações de pré-molares no futuro.
• Os segundos molares decíduos devem ser mantidos o maior tempo possível para prevenir a mesialização dos primeiros molares permanentes quando da erupção;
• Uma destruição extensa do primeiro molar, onde há insuficiente tecido dentário remanescente para uma restauração coronária viável;
• Um dente com cárie atingindo o assoalho da câmara pulpar;
• Um dente próximo à esfoliação (por exemplo com menos que dois terços de extensão de raiz remanescente);
• Um dente com avançada reabsorção radicular patológica.

MANEJO
Preparação
Deve ser realizada a anestesia local e onde é possível, o isolamento do dente com dique de borracha.

Capeamento Pulpar Indireto
O objetivo aqui é manter a vitalidade da polpa, colocando um revestimento indiretamente em uma delgada capa de dentina.
O medicamento mais usado comumente para o capeamento pulpar indireto é o hidróxido de cálcio porque estimula a formação de dentina secundária. O prognóstico para o capeamento de polpa indireto é boa, enquanto o capeamento de polpa direto de exposições de cáries em dentes decíduos leva a uma freqüente seqüela.
Outros medicamentos têm sido sugeridos em vez do hidróxido de cálcio; por exemplo, pastas antibióticas e drogas antinflamatórias. Algum sucesso foi relatado, mas o desenvolvimento eventual de necrose da polpa e formação de abcessos tende a acontecer, freqüentemente sem sintomas.
Recente pesquisa sugeriu que materiais dentais adesivos e os agentes vinculados podem ser satisfatórios ao capeamento de polpa indireto em dentes permanentes. A sua eficácia em dentes decíduos permanece não provado.

Capeamento Pulpar Direto
O capeamento pulpar direto objetiva manter a vitalidade pulpar pela colocação direta de um material, normalmente hidróxido de cálcio, em contato com a polpa coronária. Para molares decíduos expostos por cáries, a técnica da pulpotomia vital é preferida, porque o sucesso do capeamento pulpar direto nestes dentes tem mostrado ser inferior.

Pulpotomia
Uma pulpotomia é o procedimento de remover tecido pulpar da porção coronária, com o objetivo de remover todo tecido infectado ou inflamado, mas deixando a polpa radicular vital. É indicado onde há uma exposição de polpa por cárie, com ou sem sinais ou sintomas de pulpite, mas onde a polpa radicular permanece vital e desinflamada.
Uma pulpotomia é indicada para dentes vitais com exposição de polpa por cárie, julgada inadequada ao capeamento pulpar. Molares decíduos com perda de mais que dois terços da crista marginal normalmente requerem uma pulpotomia, porque a polpa coronária destes dentes está, na grande maioria das vezes, irreversivelmente inflamada.

Há três técnicas de pulpotomia:
1. Técnica da Pulpotomia Vital com Formocresol – também conhecida como “pulpotomia formocresol dos 5 minutos”, e a pulpotomia “única-fase” – aqui a polpa coronária é removida depois da analgesia adequada e os remanescentes da polpa radicular vital são tratados com formocresol.
2.Pulpotomia da Desvitalização – esta é uma técnica de dois estágios e usa o paraformaldeido para fixar o tecido coronário da polpa radicular.
3. Pulpotomia Não-Vital – esta técnica é levada a cabo quando o processo inflamatório que afeta a polpa coronária, se estende à polpa radicular conduzindo a uma mudança irreversível no tecido pulpar.

Técnica da Pulpotomia Vital com Formocresol (Única Fase ou Pulpotomia com Formocresol dos 5 minutos):

Componentes do Formocresol de Buckley
Tricresol 35%
Formaldeído 19%
Glicerol 15%
Água 31%

É essencial obter analgesia anterior para a remoção da cárie e da polpa coronária. Isto normalmente significa um bloqueio do nervo dental inferior para dentes inferiores, uma infiltração é adequada, para molares superiores. Toda a cárie é removida e a cavidade é estendida de forma que o teto da câmara pulpar seja removido por inteiro. Uma cureta grande ou uma broca estéril esférica grande é usada para remover o tecido da polpa coronária e a hemorragia é controlada através da pressão com algodão estéril. Um pequeno chumaço de algodão é imerso numa diluição 1:5 do formocresol de Buckley, e pressionado para remover o excesso do liquido, e colocado sobre o remanescente da polpa radicular durante 4-5 minutos. Este chumaço é removido e se a hemorragia tiver parado, a câmara pulpar é preenchida com a colocação de ionômero de vidro ou cimento de oxido de zinco e eugenol e o dente restaurado, preferentemente com uma coroa metálica pré-fabricada, porque a coroa de um dente depois de tal procedimento fica fraca e pode fraturar.
O acompanhamento do dente pulpotomizado deve ser regular e o controle radiográfico anual aconselhável para inspecionar a área de furca. Rarefação do osso nesta área significa fracasso e uma pulpectomia ou extração podem ser necessárias.

Uma diluição desta formulação 1 em 5 tem se mostrado igualmente efetivo e menos tóxico. Esta diluição 1:5 é defendida agora pela maioria das autoridades. Outros medicamentos têm sido avaliados como alternativas para a técnica da pulpotomia vital, mas nenhum tem mostrado tão boa performance quanto o formocresol.
O glutaraldeido foi sugerido por S’Gravenmade como alternativa para o formocresol. Porém, recentes estudos demonstraram um sucesso clínico semelhante ou mais baixo que o formocresol e preocupações sobre reações de hipersensibilidade e manipulação do glutaraldeido indicam que ele tem poucos defensores como um substituto para o formocresol. O hidróxido de cálcio também tem sido usado como alternativa para o formocresol, mas seu sucesso tem sido pobre quando comparado com o formocreso, com reabsorção interna evidenciada. Outras técnicas relatadas incluem eletrocirurgia, sulfato férrico e solução de colágeno enriquecida. A eficácia destas abordagens espera ampla avaliação.

Pulpotomia de Desvitalização
Este é um procedimento de duas-fases e conta com o uso de paraformaldeido para fixar o tecido pulpar coronário e radicular.
Esta técnica mostra uma taxa de sucesso menor que a da pulpotomia vital com formocresol, mas pode ser útil, onde a analgesia local adequada para a extirpação da polpa não pode ser obtida. A pasta de paraformaldeído é colocada em cima da exposição pulpar em um pequeno chumaço de algodão, quanto maior a exposição então mais favorável o resultado. O vapor de formaldeido liberado pelo paraformaldeído penetra através da polpa coronária e radicular, fixando os tecidos. A pasta de paraformaldeido é vedada hermeticamente na cavidade com uma leva camada de óxido de zinco e eugenol e deixada durante 1-2 semanas. Na segunda sessão, é removido o vedamento, não é preciso administra uma anestesia local, como o conteúdo pulpar deverá estar desvitalizado, a polpa remanescente deve ser escavada deixando as paredes da polpa radicular. Estes são cobertos então com ampla camada de cimento de óxido de zinco e eugenol ou, alternativamente, um revestimento anti-séptico (partes iguais de eugenol e formocresol com óxido de zinco) e a cavidade preenchida com um cimento resistente com base e restaurado.

Constituintes da pasta de paraformaldeido
- Paraformaldeido 1G
- Lidocaina 0,06G
- Carmine 10.0mg
- Propylenoglicol 0,5ml
- Carbowax 1500 1,3G

Pulpotomia Não-Vital
Esta técnica tem sido defendida quando o processo inflamatório afeta a polpa coronária, se estendendo até a polpa radicular, levando a uma mudança irreversível no tecido pulpar. Outra aplicação para esta técnica é quando a polpa está completamente desvitalizada, onde pode existir um abcesso presente com ou sem celulite aguda. No entanto, apenas dados limitados estão disponíveis e isto indica uma pequena taxa de sucesso (aproximadamente 50%).

Técnica. 1a sessão – A polpa coronária necrótica é removida primeiro, como recomendada na técnica da pulpotomia vital, os debris necróticos da câmara pulpar são removidos. Se existir acesso suficiente aos canais da polpa radicular, então maior a possibilidade de que os tecidos necróticos sejam removidos com um pequeno escavador. Um chumaço pequeno de algodão imerso em solução de creosoto é colocado em cima dos cotos pulpares, depois remove-se o excesso da solução tocando-os levemente com um rolo de algodão estéril. O creosoto é então selado hermeticamente na cavidade com cimento temporário de óxido de zinco e eugenol.

2ª sessão – Normalmente, 1-2 semanas depois o selamento é removido, na dependência de que os sinais e sintomas de infeção tenham sumido, ou seja, a fístula anteriormente presente tenha regredido, não havendo dor e mobilidade dentária. A cavidade é restaurada então da mesma maneira como usada na técnica da pulpotomia vital. Porém, se observado que não houve resolução dos sintomas então o creosoto deve ser substituído durante 1-2 semanas adicionais.

Pulpectomia
A pulpectomia é indicada nos casos em que a polpa radicular está irreversivelmente inflamada ou perdeu a vitalidade. Esta técnica é considerada freqüentemente impraticável por causa da dificuldade na obtenção do acesso adequado aos canais radiculares e por causa da complexidade destes canais radiculares nos molares decíduos. Os canais são delgados e podem conter algumas intercomunicações. Porém, um trabalho retrospectivo recente de estudos clínicos demonstraram uma taxa de sucesso relativamente alta.

Técnica: A polpa coronária é removida de forma semelhante à técnica da pulpotomia vital, a polpa pode estar necrosada ou mostrando inflamação irreversível como evidenciado pelo sangramento persistente sempre após uma aplicação de formocresol 4-min. Dependendo do estado da polpa, ou seja, irreversivelmente inflamada ou necrotica, então uma ou duas fases da técnica é descrita.

Técnica de Uma Fase – Os canais radiculares são localizados, eles normalmente têm o mesmo número de canais que os molares permanentes, e são esvaziados com limas com margens de segurança de 1 ou 2mm do ápice. Os canais são limados ligeiramente, porque as raízes são frágeis. As limas devem ter não mais que o tamanho 30. Os canais radiculares são secos com pontas de papel. O formocresol pode ser colocado em cima dos canais radiculares durante 4 minutos. O óxido de zinco e eugenol puro é então misturado e levado aos canais radiculares com uma lima espiral. O resto da câmara pulpar é restaurado de forma semelhante à técnica da pulpotomia e as consultas seguintes marcadas apropriadamente.

Técnica de Duas Fases – 1ª sessão: Os conteúdos necróticos da polpa são removidos, existindo fístula ela pode ser perfurada para aumentar a drenagem, se necessário. Os canais radiculares são limados e irrigados e a polpa coberta com um chumaço de algodão com formocresol, a cavidade é fechada com óxido de zinco e eugenol durante 1 semana. Antibióticos são indicados se houver celulite associada.

2ª sessão: Os sintomas devem ter desaparecido e o dente tratado como para a técnica de fase única.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

PLACAS DESPROGRAMADORAS

FACULDADE ODONTOLOGIA DE MANAUS







ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA







PLACAS DESPROGRAMADORAS







MANAUS-2010
ANDERSON JOSÉ MATOS DE ALMEIDA






PLACAS DESPROGRAMADORAS






Trabalho apresentado ao curso de Graduação da Faculdade de Odontologia de Manaus, como requisito parcial para obtenção de nota na disciplina de clínica integrada I.
Orientador: Prof. Dr. Osvaldo Shirata.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2
REVISÃO DA LITERATURA 3
DISCUSSÃO 5
CONCLUSÃO 8
REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 9





MANAUS-2010

INTRODUÇÃO

Disfunções temporomandibulares, desoclusões e ate problemas periodontais quando causados por estresse sobre o periodonto, podem ser diminuídos ou mesmo eliminados com o uso de placas oclusais, desde que haja uma correta avaliação e planejamento adequado do caso.

REVISÃO DA LITERATURA

Em 2005, SIMA e colab., fazem um estudo comparando a severidade dos sinais e sintomas das desordens craniomandibulares em 25 pacientes edentados parciais inferiores submetidos a tratamento por meio de placas interoclusais, uso noturno. As observações clínicas consistiram no exame da sensibilidade dolorosa muscular e da ATM, na auscultação dos ruídos articulares e no registro dos movimentos mandibulares. Após análise estatísticas concluiu-se que os pacientes apresentavam um grau de severidade maior das desordens craniomandibulares antes do uso da placa interoclusal

MACHADO e colab. (2007), através de uma revisão de literaturas avaliam que a placa oclusal pode ser indicada em periodontia, uma vez que uma oclusão ajustada diminui o estresse sobre o periodonto. Para um diagnóstico periodontal são analisadas: o grau de mobilidade dental e a presença de maloclusão ou patologias oclusais. As placas visam proteger dentes, o ligamento periodontal e ATM, distribuindo de forma equilibrada, as forças, tensões e contatos oclusais.

PÁDUA e colab. (1998) descrevem uma forma rápida e precisa de confecção de placa miorrelaxante, visando o mínimo de ajuste por parte do cirurgião dentista. No laboratório, são removidas as retenções das bases dos modelos de gesso, confecciona-se guias de orientação nas bordas lateral anterior e posterior do modelo superior. Com os modelos montados em ASA, faz-se a delimitação da área a ser ocupada pela placa, onde se faz a escultura da mesma, polimeriza-se de maneira convencional, o modelo é recolocado no articulador para o ajuste oclusal com broca freza.

ZUIM e colab. (2008) revisam literaturas abordando os diferentes tipos de placas e suas finalidades. As placas interoclusais tratam sinais e sintomas relacionados às DTMS e fazem proteção dentária em casos de bruxismo. As placas estabilizadoras de cobertura total aliviam dores musculares causadas por hábitos parafuncionais, proporcionando uma oclusão funcional por apresentar superfície plana que estabelece contatos. As placas de estabilização são utilizadas como meio de diagnóstico em caso de desarmonias oclusais. As placas frontais são empregadas para o controle de espasmos musculares e trismo. As placas reposicionadoras são indicadas em casos de ruídos articulares devido ao deslocamento anterior do disco.

TURCIO e colab. (2008) avaliaram a sensibilidade dolorosa dos músculos masseter e temporal anterior por meio de palpação digital, antes e após o uso de placas interoclusais resilientes e rígidas. Foram selecionados 10 pacientes dentados com dor muscular e bruxismo, avaliados por meio de anamnese e exame físico. Todos os pacientes receberam como forma de tratamento uma placa interoclusal. Cinco receberam placa resiliente e cinco receberam placa de resina acrílica prensada.

DISCUSSÃO

PLACAS INTEROCLUSAIS NO TRATAMENTO DE DORES DA ATM.
Em 2005, SIMA e colab fazem um estudo comparando a severidade dos sinais e sintomas das desordens craniomandibulares em pacientes edentados parciais inferiores submetidos a tratamento por meio da utilização de placa interoclusal, uso noturno. As placas interoclusais foram confeccionadas sobre modelos de gesso obtidos a partir de moldagens das arcadas superior e inferior dos pacientes. Os modelos foram montados no articulador semi-ajustável e a placa interoclusal encerada e acrilizada. Os contatos bilaterais simultâneos foram ajustados, assim como as guias de lateralidade e protrusiva. As observações clínicas consistiram no exame da sensibilidade dolorosa muscular da ATM, na auscultação dos ruídos articulares e no registro dos movimentos mandibulares. Após análise estatística conclui-se que os pacientes apresentavam uma prevalência significantemente maior no grau de severidade das desordens craniomandibulares antes do uso da placa interoclusal, e que um exame clinico minucioso e o correto planejamento e indicação desse tipo de aparelho são fatores importantes no sucesso do tratamento.

PLACA OCLUSAL NO TRATAMENTO PERIODONTAL.
MACHADO e colab. (2007) através de uma revisão da literatura avaliam que a placa oclusal pode ser indicada em periodontia, ajustando a oclusão e diminuindo o estresse sobre o periodonto. As placas visam proteger dentes, ligamento periodontal e ATM, distribuindo as forças, tensões e contatos oclusais. A redistribuição das forças entre todos os dentes diminui a mobilidade dentária. A análise no uso de placas de mordida resiliente ou rígidas em pacientes constatam uma eficiência maior na placa noturna rígida, pois a mesma inibe certos movimentos mandibulares. De acordo com a literatura analisada, pode-se concluir que˸
1. A placa oclusal mais indicada em periodontia é a de consistência rígida e superfície oclusal plana, devidamente ajustada do ponto de vista dos contados oclusais e guias.
2. A placa oclusal pode ser utilizada durante a fase de procedimentos básicos, podendo ter seu uso estendido ate a fase de complementação oclusal.
3. A placa oclusal pode beneficiar o periodonto em algumas situações de sobrecarga, distribuindo de maneira equitativa as forças oclusais excessivas e eliminando a memória proprioceptiva parcial ou total sobre ele.

CONFECÇÃO DE PLACA NO LABORATÓRIO
PÁDUA e colab. (1998) descrevem uma forma rápida e precisa para confecção de placa miorrelaxante em laboratório. Removem-se as retenções das bases dos modelos de gesso e confecciona-se guias de orientação nas bordas laterais, anterior e posterior do modelo superior. Com os modelos montados em ASA, faz-se a delimitação da área a ser ocupada pela placa, onde se faz a escultura da mesma. Após a polimerização o modelo é recolocado no articulador para prosseguir ao ajuste oclusal como auxilio de broca fresa, até serem constatados contatos em todos os dentes1 em relação Centrica. Após o ajuste, a placa é removida do modelo e polida. A montagem do modelo superior pela técnica do modelo dividido agiliza os procedimentos laboratoriais. A possibilidade de voltar o modelo ao articulador após a acrilização para confirmar os contatos obtidos, diminui o tempo clínico do dentista e tempo de cadeira do paciente.

PLACAS OCLUSAIS E SUAS FINALIDADES
ZUIM e colab. (2008) revisando literaturas, abordem os diferentes tipos de placas e suas finalidades. As placas interoclusais são utilizadas no tratamento de sinais e sintomas relacionados às DTMS e proteção das estruturas dentárias em casos de bruxismo. As placas estabilizadoras de cobertura total aliviam dores musculares e problemas oclusais. As placas frontais controlam espasmos musculares e trismo, seu emprego é indicado apenas em situações emergenciais. As placas reposicionadoras são indicadas em casos de ruídos articulares devido ao deslocamento anterior do disco. A escolha das técnicas de confecção de placa depende de cada situação clinica. O material adequado para a confecção de placas deve proporcionar conforto ao paciente, facilitar o ajuste oclusal e ter baixo custo. De acordo com a literatura consultada˸
• Resinas acrílicas autopolimerizáveis seriam viáveis para utilização em curto período.
• Placas de cobertura parcial estão indicadas somente em situações emergenciais e em curtíssimo espaço de tempo.
• Materiais resilientes4 não devem ser considerados na terapia de DTM, mas apenas para protetores bucais.
• Na confecção de placa, os modelos devem ser montados em articulador, em máxima intercuspidação.
PLACA OCLUSAL NA REDUÇÃO A SENSIBILIDADE DOLOROSA
TURCIO e colab. (2008) avaliaram a sensibilidade dolorosa dos músculos masseter e temporal anterior por meio e palpação digital, em pacientes com dor muscular e bruxismo, antes e após o uso de placa interoclusal resiliente e rígida. Cinco pacientes receberam placa resiliente que não receberam ajuste, e cinco receberam placas de resina acrílica, as quais foram ajustadas de forma a manter os contatos oclusais bem distribuídos. Os resultados demonstraram que ambos os tipos de placas reduziram a sensibilidade de dor a palpação digital e a um aumento do limiar da dor ̕a pressão. Pode-se concluir do estudo piloto que˸
• Ambas as placas analisadas levaram a uma diminuição da sensibilidade a palpação e a um aumento do limiar da dor.
• Após duas semanas de uso, houve aumento significativo no limiar da dor do musculo masseter nos dois grupos estudados, entretanto no musculo temporal o aumento do limiar ocorreu após uma semana, mantendo-se similar após duas semanas de uso, para ambos os grupos.
• São necessários estudos por períodos mais longos para a verificação da durabilidade dos efeitos de ambas as placas, uma vez que as placas resilientes sofrem deformação mais rapidamente que as rígidas.

CONCLUSÃO

Com base nos dados coletados na revisão da literatura é possível concluir que muitos problemas oclusais podem ser eliminados com uso de placas oclusais, seja elas resilientes ou rígidas, sendo as de consistência rígida geralmente as mais indicadas devido a uma maior durabilidade. Cabe ao CD indicar a placa mais adequada para cada caso.

REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. MACHADO, E. M.; CONDE, M. C.; CARVALHO, C. V.; MICHELI, G.; LOTUFO, R. F. M.; ROMITO, G. A., O uso de placas oclusais como coadjuvante do tratamento periodontal, Revista de Odontologia da Universidade de São Paulo, 19(20˸201-208, mai-ago.,2007.


2. P̕ADUA, A. S.; ALMEIDA, C.; SANTOS, E.; ALVES, J. M. P.; OLIVEIRA, M. B.; KAKIDA, P. K., PLACAS MIORRELAXANTES˸ CONFECÇÂO E AJUSTE NO LABORATORIO, R. Un. Alfenas, (4):49-53,1998.


3. SIMA, F. T. & GIL, C., Estudo comparativo do grau das desordens craniomandibulares em pacientes edentados parciais antes e após a utilização de placas oclusais, RPG Rev. Pós grad, 12(2):179-85,2005.


4. TURCIO, K. H. L.; ZUIM, P. R. J.; SOUZA JÚNIOR, O. B., EFEITO DE PLACAS INTEROCLUSAIS RÍGIDA E RESILIENTE NO TRATAMENTO DAS DESORDENS TEMPOROMANDIBULARES: ESTUDO PILOTO, Revista Odontológica de Araçatuba, 29(2)30-35,2008.


5. ZUIM, P. R. J.; GARCIA, A. R.; COSTA, P. S.; TURCIO, K. H. L.; ZAZE, C. A., COMO FAZER PLACAS INTEROCLUSAIS? ALGUNS ASPECTOS A SE CONSIDERAR, Revista Odontológica de Araçatuba, 29(2):40-45,2008.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

LER (LESAO POR ESFORÇO REPETITIVO

As LER são um fenômeno relacionados ao trabalho, provocadas pelo uso inadequado e excessivo do sistema que agrupa ossos, nervos, músculos e tendões. Típicas do trabalho intenso e repetitivo, as LER são causadas por diversos tipos de pressão existente no trabalho que afetam as pessoas, tanto física quando psicologicamente.

Lesões por traumas cumulativos, distúrbios cervicobraquiais ocupacionais, síndrome ocupacional do “overuse”, são termos utilizados como sinônimos de LER, que atualmente recebe a denominação oficial de Doenças Osteomuscular Relacionada ao Trabalho ( DORT); entretanto, por ser um termo mais conhecido, optamos por utilizar neste artigo a nomenclatura LER.


FORMAS CLINICAS:

De uma maneira geral, são vários os fatores existentes no trabalho, que podem concorrer para a ocorrência de LER. O principal seria o desrespeito aos fatores ergonômicos e antropométricos, além de repetitividade de movimentos, manutenção de postura inadequada por tempo prolongado, esforço físico, invariabilidade de tarefas, pressão mecânica sobre determinados segmentos, trabalho muscular estático, vibração e frio.


SINTOMAS:

O profissional apresenta dor, parestesia, edema, sensação de peso, fadiga de aparecimento insidioso, geralmente nos membros superiores e perda da força muscular.
A conjunção destes fatores, somados aos aspectos psicossomáticos, fazem com que a vida pessoal e profissional seja afetada. É muito como a queda da performance no trabalho, por vez causando o afastamento temporário das atividades laborais.


CUIDADOS IMPORTANTES:

Quanto mais precoce o inicio do tratamento, tanto mais favorável será o prognóstico. A variedade de tratamento é ampla e abrange desde uma simples imobilização com terapia antiinflamatória e fisioterapia, até a realização de cirurgia. Para CUNHA (1988), basicamente o tratamento resume-se em quatro pontos importantes:
-Repouso e dieta, reduzindo a atividade nas articulações afetadas, favorecendo a possibilidade de restabelecimento do profissional.
-Alivio da dor e diminuição do processo inflamatório com o uso de analgésicos e relaxantes musculares.
-Medidas ortopédicas, indicam apenas para a correção d e postura, deformidades ou anormalidades que venham á ocorrer.
-Medidas cirúrgicas, somente em alguns casos, quando a intervenção cirúrgica é a única medida capaz de restituir a capacidade funcional e diminuir a dor.


LER E A ODONTOLOGIA

A odontologia envolve na sua prática, atividades repetitivas, excesso do uso de força nas mãos, esforço para namutenção de postura de postura antinaturais, sobrecarga dos membros superiores em oposição a uma imobilidade relativa dos membros inferiores, além de outros fatores que pedem propiciar o aparecimento das LER. Ainda segundo GREEN, BRAUN ( 1963), os cirurgiões dentista apresentam a seguinte problemática:
-sentam ou permanecem em pé durante longos períodos de tempo
-abaixam excessivamente a cabeça
-frequentemente mantêm os cotovelos a uma altura acima do ombro
-o mau posicionamento mantém os cotovelos a uma altura acima do ombro.
- o mau posicionamento de a mesa auxiliar obriga-os a estender o braço e a mão para alcançar os objetivos de trabalho.
Mantêm acentuada lordose cervical e dorsal.
Quando trabalham em pé, tendem a se apoiar quase sempre no mesmo membro inferior e, quando sentados, posicionam-se na beira dos bancos, não havendo apóio da coluna dorso-lombar.